quinta-feira, 8 de março de 2012

Sensações


Não sei bem ao certo a sensação
Que me toma conta neste momento. 
Sei apenas que minhas lágrimas estão estancadas,
Presas próximas aos cílios. 

Retorcido pela angústia que me causas, 
Meu corpo cai, fraco, doente.
Apesar disso, só consigo te enxergar. 
Em retrospectiva, é verdade. 

Rememorando a maneira como nos entrelaçamos,
Como nossas almas se misturaram 
À medida que fomos nos tornando um só. 

Quando nos fechamos do mundo
E podemos ver apenas os olhos um do outro no escuro, 
Ainda que por alguns instantes, 
Sei que me tens, e isso me basta, 
Porque te sinto, te vejo pulsar. 

Não se trata de apenas felicidade, 
Tampouco de vulgar desejo.
É o teu viver que me fascina.
A intensidade dos teus gestos nos torna inseparáveis. 

Sabíamos, sabemos, mesmo sem uma certeza.
Vivemos um constante e imensurável risco. 
Sinto agora este perigo, palpitando em mim. 
Pouco importa, no entanto, o devir.

Só sei, ou sinto, que quero entre os teus braços
Derramar estas lágrimas presas que prometeste enxugar
Pois só tuas mãos conseguem envolver-me com tal ternura.

Porque te amar, da minha maneira, 
Às minhas contradições, em meio a meu choro
Que ao final destes versos já se reverte em um sorriso, 
Isto é o mais próximo de eternidade.
O qual já pude sentir.